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Saúde mental na escola: como cuidar dela?
05 | set | 2022Refletir sobre saúde mental na escola e trabalhá-la com propriedade é essencial para o desenvolvimento exitoso do ensino e aprendizagem. Em um ambiente que favoreça as boas relações e o cuidado com a saúde mental de estudantes e professores, poderemos ver a aprendizagem acontecendo em um processo divertido e engajador, permeado por um sentimento de bem-estar. Esse cenário, sem dúvida é o panorama ideal, objetivo que muitas escolas se esforçam por alcançar. Contudo, o que temos visto mais recentemente tem demonstrado uma realidade diferente.
Pesquisas dos últimos meses vêm apontando frequentes sintomas de depressão entre os estudantes da Educação Infantil ao Ensino Médio. Entre os professores, a situação também é preocupante, e o que os dois lados dessa moeda têm em comum é um agravamento de casos em função da Pandemia.
Do lado dos estudantes, suas habilidades de autogestão – que inclui foco, determinação, organização, persistência e responsabilidade – e de amabilidade – que reúne empatia, respeito e confiança – foram afetadas durante a pandemia. No ambiente remoto, os estudantes não tiveram grandes oportunidades de socialização para exercitar essas habilidades e voltaram, então, para a escola despreparados para essa retomada da convivência.
Em relação aos educadores, o novo estilo de vida e de trabalho, adotado durante o período de ensino remoto também causou impactos. Como os estudantes, esses profissionais também passaram a se ver isolados. Muitos se viram envoltos em grandes níveis de auto-cobrança para dominar os novos recursos e o novo ambiente de sala de aula. A maioria se viu presa ao medo de não ser capaz de se adaptar. E, junto a isso, as incertezas sobre a saúde pública no mundo também os levaram a alto níveis de estresse.
Com a retomada das aulas presenciais, estudantes e educadores voltam, então, para a sala de aula fragilizados, muitas vezes precisando de apoio para cuidar de sua saúde mental. Contudo, produzir bem estar e desenvolver uma educação integrada à saúde mental é diferente se ser responsável por diagnosticar e tratar estudantes. Frente a esse quadro, preparamos para você uma lista de perguntas e respostas mais frequentes que podem te ajudar a lidar com essa situação.
(Uma escola saudável deve cuidar tanto da saúde mental de seus estudantes quanto de seus educadores.)
1. Como identificar sintomas de depressão entre os estudantes?
2. Desconfio que meu estudante está com depressão. O que devo fazer?
3. Que práticas são indicadas para potencializar o desenvolvimento socioemocional dos estudantes?
4. E a saúde mental dos educadores? Como podemos cuidar dela?
5. É possível estender o acolhimento a toda a comunidade escolar?
6. Como a Apple e a Sincroniza podem me ajudar a oferecer apoio e acolhimento para minha comunidade?
1. Como identificar sintomas de depressão entre os estudantes?
Dentre as diversas patologias envolvendo a saúde mental dos estudantes, “depressão” tem sido a mais comumente diagnosticada por psicólogos e psiquiatras. Para que possamos perceber se há casos de depressão em nossa escola, a primeira recomendação é a prática de rodas de conversa ou conversas individuais com os estudantes, buscando perceber a existência de queixas mais frequentemente relacionadas a: falta de concentração, cansaço constante, sensação de estar sob pressão, ausência de sono à noite e perda da confiança em si mesmo – que são os sintomas mais comuns de depressão. Também têm sido frequentes queixas de isolamento social dentro da própria escola.
A preparação do olhar dos docentes sobre estes sinais específicos é fundamental para auxiliar nessa análise, pois é também provável acontecer de o estudante não se sentir confortável para se expressar – ou até ter dificuldade em descrever o que sente. Nesse caso, deve-se buscar captar traços desses sintomas por meio de observação direta: estudantes podem estar muito distraídos, em todas as disciplinas escolares, ou podem exibir olheiras, bocejos constantes ou mesmo dormir frequentemente em sala de aula.
2. Desconfio que meu estudante está com depressão. O que devo fazer?
O diagnóstico de depressão deve ser dado por profissionais especializados – psiquiatras ou psicólogos. E, além do diagnóstico, é importante avaliar qual é a melhor opção para tratamento. Portanto, a recomendação é conversar com a família do estudante e orientar a todos sobre o que tem sido observado na escola e sobre a importância de se buscar um tratamento correto.
Essa recomendação serve tanto para depressão quanto para questões envolvendo saúde mental e geral.
3. Que práticas são indicadas para potencializar o desenvolvimento socioemocional dos estudantes?
As habilidades socioemocionais, assim como outras habilidades – tais como tocar violão, jogar bola ou empregar raciocínio lógico -, requerem treino. Isso significa que a melhor forma de potencializar o desenvolvimento sócio emocional de estudantes é colocá-los em situações onde tais habilidades são trabalhadas – tais como atividades em grupo, apresentações de seminário e dinâmicas gamificadas – e, gradualmente, acrescentar novos critérios para que as dinâmicas se tornem cada vez mais intensas. Por exemplo:
Inicialmente, os trabalhos podem ser feitos em dupla. Quando os estudantes estiverem se habituando a essa situação, com diferentes duplas, aumenta-se o tamanho do grupo.
As apresentações de trabalho podem começar como a exibição de pôsteres em congressos, de maneira que cada estudante apresente apenas para um pequeno número de colegas, que interagem e fazem perguntas. Como um próximo passo, organizam-se seminários, apresentando o trabalho para toda a sala, que deve aprender a manter o silêncio e apresentar suas perguntas ao final.
É importante notar que esse aumento gradativo do desafio pode acontecer ao longo de todo um ano, ou mesmo de um segmento educacional. Por exemplo, pode-se ter um planejamento que perpassa todos os anos finais do Ensino Fundamental, sendo até mesmo possível a criação de um currículo de saúde mental na escola focado nesse segmento.
4. E a saúde mental dos educadores? Como podemos cuidar dela?
É importante motivar os educadores, que estão cada vez mais envolvidos com as questões socioemocionais de seus estudantes, a manterem uma rotina de autocuidado. Esse incentivo pode ser feito por meio de ações dentro do próprio ambiente de trabalho, tais como:
Implementação de canal próprio para a discussão sigilosa de temas relacionados à saúde mental;
Ciclos de palestras com profissionais da saúde;
Escuta atenta às queixas, relatos e demandas dos professores
Atividades físicas aos professores
Espaços agradáveis para descanso, seja interno, seja externo
5. É possível estender o acolhimento a toda a comunidade escolar?
Com certeza! E, além de possível, essa é uma tarefa importante a ser feita. Entende-se que questões de saúde mental raramente afetam uma única pessoa; elas acabam se tornando questões com implicações em todo o ambiente de convivência. Assim, ao falarmos sobre saúde mental na escola, é necessário contemplar também os fatores que circundam essa instituição de ensino – especialmente a comunidade escolar.
A melhor estratégia para auxiliar um estudantes que esteja apresentando dificuldades de convivência é, além de tomar atitudes dentro da escola, orientar a família a manter um olhar atento em casa e, talvez, até a rever alguns de seus hábitos.
Somados às orientações, a escola pode oferecer ciclos de palestras abertos à comunidade, ações informativas e de conscientização que podem ser convertidas em itens expostos nas paredes das salas de aula e corredores, ou conteúdo informativo para o site e as redes sociais da escola.
6. Como a Apple e a Sincroniza podem me ajudar a oferecer apoio e acolhimento para minha comunidade?
Atentas às crescentes questões envolvendo aspectos socioemocionais de estudantes e educadores, Apple e Sincroniza têm promovido ações periódicas de acolhimento e esclarecimento. O #AppleEDUchatBR é uma conversa mensal que acontece no Twitter. Em sua última edição, compartilhamos diferentes estratégias para lidar com a recomposição da aprendizagem, que também deve abranger o apoio sócio emocional aos estudantes. E, adicionalmente, o tema “saúde mental na escola” já foi tema também de Newsletters da Apple Education Brasil em parceria com a Sincroniza.
Além desses conteúdos informativos, a Sincroniza está aberta a conversar e a oferecer um atendimento personalizado de acordo com as suas necessidades. Confira nosso site e saiba mais!
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Referências
CNN BRASIL. Lucas Rocha. Pesquisa revela impactos da pandemia para a saúde mental de estudantes em SP. 2022. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/saude/pesquisa-revela-impactos-da-pandemia-para-a-saude-mental-de-estudantes-em-sp/>. Acesso em: 16 ago. 2022.
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ESTANISLAU, G.M.; BRESSAN, R.A. (Orgs.). Saúde mental na escola: o que os educadores devem saber. Porto Alegre: Artmed, 2014.
PORTUGAL. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde. Manual para a Promoção de Aprendizagens Socioemocionais em Meio Escolar. Lisboa, 2019. Disponível em: <https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/31861/1/SaudeMental_em_Sau%CC%81de%20Escolar_2019.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2022.
SAS. Saúde mental do professor: o que você e a escola podem fazer! 2018. Disponível em: <https://blog.saseducacao.com.br/saude-mental-do-professor/>. Acesso em: 22 ago. 2022.
SENADO NOTÍCIAS. Pandemia prejudicou condição psicológica de estudantes, mostra pesquisa. 2022. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/05/30/pandemia-prejudicou-condicao-psicologica-de-estudantes-mostra-pesquisa>. Acesso em: 16 ago. 2022.
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